Crônicas das 8ªs Séries

O projeto Crônicas teve início em função das Olimpíadas de Língua Portuguesa 2012, que propôs o trabalho com esse gênero nas turmas de oitava série do ensino fundamental. Os alunos das oitavas do CEM Morar Bem empenharam-se bastante nas aulas de língua portuguesa, e sob a orientação da professora Jheniffer Crummenauer, escreveram ótimas crônicas. 


Para que todos possam acessar e prestigiar os trabalhos desses jovens escritores, seguem as crônicas escritas em sala de aula, com o tema ¨O lugar onde vivo¨.



TURMA 81


NO MEU BAIRRO
            No meu bairro, José Nitro, tem muitos catadores de lixo, mas um em especial me chamou atenção.
Um homem chamado Carlos, ele vive só, o filho e a mulher o deixaram e ele vive em uma casa abandonada. Ele vive do lixo, suas palavras são sempre as mesmas: “Não roubo, não sou dessas coisas”.
Ele vive catando lixos como roupas, sapatos etc...
Carlos anda com um carrinho adaptado, pois suas rodas são de uma cadeira de rodas, tem grades ao redor, cheio de fios.
Uma noite, aproximadamente às 21h eu me assustei com tantos gritos, choros, e saí correndo para fora de casa.
Lá encontrei muitos meninos que vendem drogas, espancando Carlos com barras de ferro, paus e outras coisas.
Quando finalmente eles pararam de bater nele, ele estava todo machucado, e então eu perguntei: ”Por que o senhor foi espancado?“ e ele me respondeu: ¨É porque devo 5 reais.¨
Felizmente Carlos sobreviveu ao espancamento. Não é comum isso no meu bairro.
GESSI CORRÊA
Turma: 81

ACONTECEU COMIGO
Em São José acontecem muitos acidentes. Um dia eu estava indo pela Avenida das Torres de bicicleta até a casa de minha tia, quando um motorista de uma Parati deu o sinal para eu passar, mas demorei  para entender o sinal do motorista.                 Quando finalmente entendi, eu acelerei, mas o carro acelerou também, então eu estava descendo o retorno, quando o carro bateu na roda traseira da minha bicicleta. Me machuquei bastante, quase quebrei minha perna direita.
Mas o momento mais marcante foi quando o meu pai chegou; um vizinho chamou o Samu e foi quando meu pai veio ao meu encontro; eu me emocionei porque, apesar de sempre ser rude comigo, naquele momento percebi o quanto ele me amava de verdade. Em meio a multidão, eu não contive as lágrimas; nem liguei para os machucados, só queria abraçá-lo.                           
No próprio local do acidente, os médicos me medicaram e eu fui para a casa, junto de meu querido pai.
Agora eu vejo que mesmo sem demonstrar, até o pai mais rude ama.
                                                                                   JONATAN DE SOUZA WALTER
Turma: 81

A NOITE DE NATAL
            Esta é uma historia real.
Perto da minha casa havia uma rua onde passavam muitos carros. Era noite de Natal, nessa rua não costumavam passar muitos  Papais Noéis .
Um menino moreninho  e seus amiguinhos  estavam brincando,  quando um carro passava  bem devagarinho com música alta. Em cima do carro estava o bom velhinho, com sua barba grande e branca sua roupa toda vermelha dizendo:
“- Feliz Natal! Hou, hou , hou!”
O menino moreno foi correndo de encontro ao carro pegar seu brinquedo.  No momento em que a criança tentava alcançar seu presente nas mãos do Papai Noel, o carro acelera e acidentalmente  atropela  o menino.  
O Papai Noel desesperado ficou muito preocupado e leva o menino desacordado as pressas ao hospital. Por sorte não aconteceu nada grave.
Ao acordar o menino olha para o velhinho  de vermelho com a barba grande olhando para ele . O Papai Noel preocupado perguntou:
“-Você está bem?”
“-Estou!” Ele respondeu.
Então Noel deu seu grande presente para o menino e pediu muitas desculpas. 
Hoje no José Nitro as crianças recebem seus presentes em suas casas, das mãos do bom velhinho.
MARISTELA CORREA
Turma: 81

O TRÁFICO NO LUGAR ONDE EU MORO

       No lugar onde eu moro, no Morar Bem, o tráfico de drogas é normal, tem em qualquer esquina.
         Em uma tarde ensolarada, a rua estava cheia de pessoas e os "guris" vendendo drogas. De repente a polícia aparece no José Nitro sem dar tempo dos "guris" correrem, no caso, é o que eles sempre fazem quando a polícia chega. Então todos são colocados no "paredão" quando percebem que os polícias estavam sobre efeito de drogas. Eles aproveitaram que os polícias estavam meio lentos e saíram correndo do José Nitro e aparecem aqui no Morar Bem.
       Os policiais vem atrás atirando, sem se preocupar com as crianças que brincavam na pracinha, nem com as pessoas que passavam.
          O policial só queria saber de pegar o "gurizão" que estava correndo.
          Como ele não conseguiu pegar o guri, ligou para os outros policiais pedindo reforço.
         Infelizmente fatos como esse já são comuns no bairro Morar Bem. Os moradores vivem assustados pois podem ser surpreendidos  por tiroteios  a  qualquer  momento.
           E se um desses tiros vier atingir uma criança?
        Aqui é assim, você não pode se preocupar com o amanhã, você tem que viver o hoje, porque não se sabe se estará vivo amanhã, você tem que viver um dia após o outro, um dia de cada vez.
                                     THALIA SUELEM
Turma: 81

RELATOS DA 81
Era um dia de aula comum no colégio Morar Bem, com 3 aulas de Português, uma de Artes e a outra de Ed. Física. Na turma estavam presentes 11 alunos de um total de 17.
A professora de português estava corrigindo algumas crônicas, as garotas conversavam, o Leonardo e o William desenham, a Miriam lê o livro “Querido John”, a Gessi fazia piada e o Kauan ria, o Lucas não pediu para ir ao banheiro, o que é meio estranho.
O William fez um desenho da professora, formou-se um pequeno tumulto na mesa dele, a Gessi pega o desenho e leva até a professora, todos começam a rir, até a professora, e todos voltam ao seu lugar.
O sinal bate, agora é aula de artes, o professor entra na sala, o assunto de hoje é “Folclore”, ele passa um texto, todos querem desenhar, a Miriam pede para ele passar um texto gigante.
O professor termina de passar o texto e faz um desenho no quadro sobre o Folclore, a aula de Artes se resumiu nisso. Bate o sinal para o recreio, todos descem para o recreio, depois de uns 20 minutos todos estão na sala e logo descem novamente para a aula de Ed. Física.
A maioria da sala estava jogando vôlei, mas 4 alunos jogavam bola na quadra, num calor muito forte, jogam apenas 20 minutos e depois saem. Bate o sinal para a última aula, de português novamente.
A professora está quase terminando de corrigir algumas crônicas, as garotas continuam conversando, eu escrevo a minha crônica que já está quase no final, Kauan corrige a fala de William, a Gessi pede o lápis dela para o Leonardo. Quando bate e último sinal e todos guardam o material, a conversa das garotas finalmente acaba, Gessi pega o lápis dela, e todos saem da sala.
Mas um dia sem nenhum fato inusitado.
JONATHAN CAMILO
Turma:81 
   


O APAGÃO
Num início de noite, no bairro Morar Bem, eu tinha acabado de chegar em casa quando do nada acontece um apagão e então a rua e o bairro inteiro ficaram sem luz.
Saí de casa e fui para a casa da minha prima ver o que aconteceu. Porque ela estava sempre informada sobre o que acontece no bairro, pois ela fala demais. 
Ela me falou que um carro tinha batido num poste de luz, ali na pracinha. Então ela começou a fazer um discurso por que todo dia o cara passava muito rápido pela pracinha.
Eu saí da casa da minha prima ver o que aconteceu, quando eu vi o poste estava todo detonado. 
Eu me lembro que só no dia seguinte a luz voltou.
 JHIONATAN FERREIRA SILVA
Turma: 81

DIA NACIONAL DO ESPORTE
Era uma tarde comum de domingo, eu e meu primo caminhávamos na rua quando  nós nos deparamos com uma cena muito estranha.
No morro, onde vários carros passam, estavam várias crianças de 8 á 15 anos. O curioso é que nesse horário aquele lugar costuma ser muito vazio, mas o mais estranho nisso tudo  é que todos eles possuíam um skate, um patins, um patineti ou uma bicicleta e o que você mais imaginar... Ficamos observando as crianças descendo morro abaixo com seus “brinquedos radicais”.
Meu primo, muito curioso, foi perguntar  a um menino que estava sentado no chão o que estava acontecendo, então ele respondeu “ hoje é o dia nacional do esporte, então resolvemos fazer alguma coisa pra marcar esse dia”. Eu comecei a rir, óbvio, porque era uma situação tão engraçada ver todas aquelas crianças se revezando nos skates, causando um congestionamento enorme na rua.
    Então resolvi fazer parte dessa comemoração, virei para o meu primo e falei “ Kevin, pega lá o teu skate”, ele fez como eu pedi, foi até sua casa, pegou o skate e foi assim que nos juntamos àquelas crianças.
KETLIN SANTOS PEREIRA
Turma: 81
MEU CANTINHO
Eu vivo no Morar Bem, onde tem muitas pessoas diversificadas de várias cores.                                                    Loiros, morenos, ruivos, negros, mulatos, cada um com seu jeito, suas manias e sua experiência de vida.
 Todos sabem de tudo um pouco. Em finais de tarde no verão, sempre tem gente na frente de casa conversando ou na pracinha jogando bola, brincando no meio da rua, se divertindo.
 No final de semana gostamos de sair com os amigos, afinal no meio da semana tem aula.
Até que eu gosto de morar aqui, têm várias pessoas divertidas, legais, eu não conheço todos, mas falo com a maioria das pessoas.
 Só não gosto muito das pessoas que ficam na esquina vendendo drogas e nem quando eu passo e sinto aquele cheiro ruim de maconha.
 Às vezes rola até tiroteio, é muito perigoso.
Mas fazer o que?  Infelizmente nem tudo é perfeito!
E sou feliz assim no bairro onde vivo! 
MIRIAM DE JESUS NASCIMENTO
Turma: 81


LUGARES ONDE VIVI E LUGAR ONDE VIVO
Já morei em muitos lugares, completamente diferentes uns dos outros. Todos os anos estou mudando de cidade, um dos motivos é por causa do meu pai, ele é pastor e sempre pegou igrejas para auxiliar, mas hoje em dia ele está parado e não pega mas igreja para cuidar.
Muitas pessoas sempre críticaram minha família, porque nós não parávamos em um lugar só, muitos diziam que minha família parecia pulga, sempre mudando e pulando de lá pra cá, de cá pra lá.
Minha vida começou em Porto Alegre. Ao completar 5 anos meus pais resolveram vir para Florianópolis, mas tiveram a idéia de vender a casa e ir embora para Campos Novos. Ficamos morando lá 1 ano, cansaram de morar lá então fomos embora para Videira, então lá ficamos morando por quase 3 anos, até pensei que iria ficar morando em Videira para sempre, porque eu cheguei estranhar ficar morando quase 3 anos em um lugar só, mas para minha surpresa meus pais resolveram se mudar para Biguaçu.
Mas meu pai voltou aos tempos antigos e resolveu pegar uma igreja para cuidar, então lá fomos nós de novo nos mudar para Guabiruba. Depois de um ano não deu muito certo morar lá, então voltamos morar em Biguaçu.
Ficamos morando de novo em Biguaçu por quase um ano, então nós vimos que nosso destino não acabava por ali, fomos morar em Palhoça, mas também não deu muito certo, então nos mudamos para São José e hoje estamos morando no Morar Bem.
De tanto mudar de lugar, o colégio Morar Bem já é a oitava escola que eu estudo, e nunca reclamei de mudar tanto de lugar. Para não mentir, eu já reclamei sim, porque reprovei uma vez na sexta série e coloquei a culpa nos meus pais, que eu teria reprovado por causa deles, que não paravam em um lugar só, porém eles nem ligaram para o que eu disse e continuaram a mudar de cidade e hoje estou aqui e não tenho certeza de que vou ficar morando só aqui neste lugar, mas, para falar a verdade, já me acostumei porque a vida é feita de mudanças.
LAIS TELAN DOS SANTOS
Turma: 81

UM BAIRRO QUALQUER
            Em um bairro pobre chamado Serraria, da grande Florianópolis, existiam muitas coisas como colégios, praças, etc. Mas nem tudo era alegria, pois também existiam pessoas que mal a todos faziam. Trazendo mortes com tiros ao cair da noite.
            Mas neste pequeno lugar também existia o sol que custava a brilhar, quase sempre tinha crianças a sorrir e dançar.
            Neste bairro quase todos os dias vemos tragédias ao amanhecer. Tem música em meio a tiroteios, a qualidade de vida não é tão boa.
            De vez em quando vemos pessoas diversas conversando com todos sem preconceito de raça e cor, não ligando para o dinheiro, mas sim para as qualidades verdadeiras que tem a oferecer.
 NICOLE MOTTA
Turma: 81

GUERRAS
O lugar onde eu moro se chama Morar Bem. É um lugar onde tem bastante tráfico, isso acontece por todo os lados aqui.
Foi numa tarde de inverno que teve início a guerra dos traficantes do Zanellato e do José Nitro. Os ¨guris” do Zanellato passaram e começaram a atirar nos meninos do José Nitro e os meninos saíram correndo. Os tiros pegaram em alguns passantes que foram para o hospital. Então os meninos do José Nitro também foram até o Zanellato.
            Eles começaram essa guerra porque os meninos não se gostam, uns provocavam os outros e acabou gerando essa guerra. E então um dia os guris do José Nitro foram até o Zanellato e atiraram nos meninos do beco, mas não feriram nenhum deles. 
            E assim ficam os dois bairros, trocando tiros um com o outro. Alguns deles avisaram os guris da cadeia e os meninos que estavam presos falaram para eles pararem com a  guerra.
              Então um certo dia eles conversaram e resolveram se entender.
            Hoje, enfim, a guerra acabou e não se vê mais tiroteio na rua e ninguém mais corre o risco de ser baleado.
                                 LETICIA MENEZES
Turma: 81

  
ENCHENTES E APAGÕES NO MORAR BEM
No bairro Morar Bem com frequência acontece enchentes quando chove acima do limite. Quando isso ocorre, muitas vezes acontecem apagões.
Em um domingo por volta das nove horas da noite, estava voltando da igreja, chovia muito, as luzes se apagaram. Estávamos passando por uma rua que não era muito larga. Eu estava de carro com meus dois irmãos e minha cunhada passando por essa rua alaga, quando o carro encheu de água. Meu irmão tentou voltar de ré, mas a força da água era tanta que não deixou o carro voltar. Nisso meu irmão teve que engatar a primeira marcha e acelerou bastante, com isso conseguiu sair da água.
            Depois desse episódio o carro ficou com cheiro de mofo, mesmo deixando no sol todo aberto para secar, ainda hoje o cheiro está ali para nos lembrar do episódio.
            Depois disso meu irmão até falou em ir para os Estados Unidos para comprar um carro que anda na água, para em dias de chuva poder dar umas voltinhas pelo bairro.
LUCAS DO NASCIMENTO
Turma: 81






TURMA 82



ONDE EU VIVO        


Era um domingo que tinha tudo para ser comum, mas acabou sendo péssimo. Meu time perdeu. Desliguei a TV e fui para fora. Abri meu portão e vi dois ou três meninos correndo e se escondendo.
Vocês devem estar se perguntando: “- Do que eles estavam correndo?¨ Da polícia.
Dando uma olhada rápida eu vi alguns policiais batendo em uma criança de uns doze anos, dando tapa na cara, socos e chutes para saber onde estavam os traficantes, mas a criança não sabia de nada.
De repente chegou uma senhora, chorando:
¨-Não batam nele! Esse é meu filho. ¨
Os policiais meio sem jeito se desculparam:
¨-Mas nós pegamos ele com drogas!¨
O menino chorando todo machucado, responde:
¨-Mentira mãe!¨
Os policiais, vendo que iam se dar mal, foram falar com a mãe do menino. Disseram:
”-Se a senhora der queixa, nós vamos acusar seu filho por tráfico de drogas, e vocês vão passar anos respondendo um processo.”
A mãe assustada pegou seu filho e foi para casa.
E eu fiquei pensando, se eu tive um dia ruim porque meu time perdeu, imagina o menino, que apanhou da policia.
              Isso acontece direto aqui onde eu moro. No Dona Wanda, qualquer pessoa que passa pela rua corre o risco de ser considerado bandido e apanhar da polícia.

EDIEL LUCAS DE CAMPOS
Turma: 82
COMUNIDADE
Na comunidade do José Nitro quando amanhece, bem cedinho, os moradores se arrumam em suas casas e vão pegar o ônibus para irem trabalhar e sustentar suas famílias. O dono do mercado, como um bom vendedor, vai buscar o pão de madrugada para vender bem quentinho, às 7: 15 da manhã.
No nosso bairro o dia-a-dia é um estresse, barulho o dia todo de martelo, lajotas sendo colocados na rua, carros e caminhões que passam. Quando saímos na rua vemos alguns homens que não trabalham e passam o dia todo bebendo cerveja em frente ao mercado.
Não entendo porque as crianças que chegam da escola vão direto pra pracinha do Morar Bem, onde há um pequeno campo, ou vão ao campo de areia na Avenida das Torres e passam o dia jogando bola.
No meu bairro é tudo diferente, há mais botecos do que escolas e postos de saúde. Se algum cidadão ficar doente tem que madrugar na fila do posto para conseguir atendimento com o médico.
Tudo é diferente neste bairro, os casais de adolescentse vão até a praça  do Morar Bem, o bairro vizinho, para namorar (onde perdem a noção do tempo ). Os comerciantes sempre em ação vendendo suas mercadorias.
Tudo aqui faz parte da comunidade, as igrejas,os mercados , padarias, ruas, casas enfim , todos neste bairro lutam por uma vida melhor .
O José Nitro é um bairro onde todos trabalham e batalham por uma vida melhor.
  THALIA FRAGOSO
Turma: 82

MEU BAIRRO
No Morar Bem tem posto de saúde, mas não tem médico, tem colégio, mas com poucos professores, tem uma praça, mas ninguém brinca pelo fato dos brinquedos estarem estragados.
As ruas estão ruins, cheias de buracos. Há muito lixo e poucas pessoas que lutam para acabar com isso. Prefeitos e moradores nessas horas não estão nem aí, mas quando chega o ano de eleição eles vêm de todas as partes, falando que vão arrumar a praça, que vão colocar pessoas especializadas nas escolas e em postos de saúde, que vão arrumar as ruas e etc.
Aqui o tráfico de drogas é constante, não tem posto de polícia e quase nunca vem alguma viatura pra fazer ronda, e quando vem não fazem o serviço direito.
A quadra de futebol é a única forma de diversão aqui, ali a gente brinca de dia até a noite, ali foi onde começou meu amor por futebol, ali fiz meus primeiros gols, me machuquei, ali sorri mas  também chorei,  ali foi onde vivi meus melhores momentos, pena que a população não está sabendo cuidar muito bem dela. 
É isso que eu posso falar do lugar aonde vivo.                 
                                                                                              CRISTIAN NOGUEIRA DOS SANTOS
Turma: 82

AS DUAS FACES DO MEU BAIRRO
Viver no meu bairro, Morar Bem, é ter boas coisas e coisas ruins.
O lado ruim do meu bairro é sair pra rua e ver lixos espalhados, cachorros com doenças. Ao chegar no fim de semana acontecem festas por toda parte e nisso há muitos inconsequentes, todos sem habilitação, que acham que acidentes com eles nunca acontecerão, e nisso se embebedam e saem por aí dirigindo.
Mas também não são só coisas ruins que acontecem nesse bairro, há também coisas boas como eventos esportivos, circos, parques, etc.
Apesar disso ainda faltam trabalhos da prefeitura na comunidade, depois que os políticos se elegem infelizmente suas propostas nem chegam a sair do papel, mas em época de eleição de novo eles acham de fazer umas construções pequenas, que nem chegam a ser uma obra, e muitas pessoas ingênuas ainda votam nesses políticos que deixam tudo pra última hora.
É assim que é a vida nesse bairro com coisas boas e outras nem tanto.
DENER SANTOS FERNANDES
Turma: 82


ONDE EU VIVO!
Ao esperar o ônibus fico pensando no quanto a situação no meu bairro, Morar Bem, é precária.
Existem duas creches no meu bairro, mas já estão lotadas. Os postos de saúde não têm médico, quando chove as ruas ficam uma piscina, todas alagadas, perigo muito grande de pegar uma doença.
Passando por cada esquina posso ver pontos de venda de drogas por todo lado, crianças de 10 e 9 anos trabalhando para o tráfico, apanhando da polícia, sendo mortos por policias ou até pelos próprios bandidos.
Mães sofrendo, chorando pela perda de seus filhos. Algumas dessas mães tentam tirar seus filhos dessa vida, mas nem sempre conseguem.
Com tudo isso podemos ver que nosso bairro tem muita coisa para melhorar.
As vezes nós achamos que está tudo bem, mas se olharmos para o lado podemos ver o quanto temos que melhorar.                              
ELAINE VIEIRA DOS SANTOS
Turma:82
 
PROBLEMAS EM MEU BAIRRO
A caminho da escola, descendo a rua esburacada, vejo crianças soltando pipa e jogando bola, pulando elástico, pulando amarelinha, brincando de balanço na pracinha, jogando vôlei, uma alegria só.
No bairro José Nitro vejo pessoas sem ter o que fazer, ingressando em maus caminhos, muitas vezes colocando suas vidas em perigo constante.
Crianças e adultos sofrem com a falta de estrutura no bairro, como lixeiras, sinalização de trânsito. Faltam também postos de saúde, praças, parques. Pedestres dividem seus lugares na calçada com sacos de lixo, pois não tendo onde colocá-los, os moradores são obrigados a abandonar nas calçadas, facilitando a ação dos animais que rasgam e espalham o lixo, pondo  nossa saúde em perigo .
A falta de iluminação por aqui dificulta o trânsito de pedestres a noite, facilitando ação de bandidos e arruaceiros.
Será que isso pode mudar?
FERNANDA PACINI
Turma: 82

MEU QUARTO
Ontem sentei em um canto no meu quarto e comecei a pensar. Sempre eu chego, sento na cama e começo a observar as coisas, ontem estava observando os buracos e vãos nos tijolos e no forro.
            Há três quadros de bandas de rock pendurados na parede, um do Slipknot, um do AC DC e um do Iron Menden.
Eu via cada buraquinho, um diferente do outro, alguns pareciam ser vários tipos de tocas.
Esse lugar é um pouco estranho, eu acho. Escuro, pois tem apenas uma janelinha pequena e uma porta.
Quando eu entro nele me sinto bem, mas um pouco isolado, quase ninguém da minha família vem nesse quarto. A noite no teto ouço uns estalos, parece que alguma coisa fica caminhando para lá e para cá, talvez um pássaro.
Eu deveria mudar de quarto, mas sei lá, me sinto bem nele.
            Ele é diferente porque sei que lá é obscuro, estranho, mas para mim é um lugar ¨style¨, é meu canto e é isso que combina comigo. 
MARCELO AUGUSTO DA SILVA
Turma:82

MINHA ESCOLA TEM...
Minha escola tem professores legais, professores chatos. Minha escola tem poucos passeios e muitos trabalhos.
            Minha escola tem uma professora... Uma professora com cabelos loiros, 1,65 de altura, olhos castanhos pele branca, que todos as quartas e sextas tira um cochilo na sala dos professores, deitada sobre 3 cadeiras com sua cabeça apoiada sobre uma blusa. Com o silêncio do meio dia, ela descansa para o resto do dia trabalhar.
Minha escola tem essa professora: de português. Legal, bela, muito elegante...
        Minha escola também tem um professor que é, ou possivelmente foi, ninguém sabe, policial.
Professor mais chato da escola, minha escola tem esse professor! Meio gordinho, com óculos estilo aviador que nunca larga. Em cima de sua moto de roqueiro, lá vem ele rumo a escola, com sua cara amarrada.
“Trim!! Trim!”- bate o sinal às 8:00 horas, ele entra na turma 82 com vários livros em baixo do braço e uma mochila. Logo diz apontando para as carteiras da frente...
”-Você aqui, você aqui e você aqui!” - Com seu tom enérgico.
Explica, conta histórias, passa atividades... Mas na aula dele ninguém sai da sala para ir ao banheiro ou algo assim, ninguém se levanta. Ele com, uma expressão aflita anda para lá e para cá. Afobadamente, como se esperasse alguma coisa, ele olha as horas no seu celular. Os alunos ficam olhando atentamente para o caderno ou livros.
“Trim!! Trim...” bate novamente o sinal e o professor pegando os livros em mãos e sua mochila de cor preta, sai da sala. E todos os alunos se levantam e é uma alegria só, pois já tinha acabado aquela aula chata! 
                                                                                  JOSÉ GABRIEL BARBOSA
Turma 82


O ACIDENTE
        Um dia desses qualquer, eu deitado no sofá de casa, bem folgado, escuto um barulho bem alto. Curioso, como todos da rua, saí para ver o que havia acontecido. Olhei para a esquina e vi uma moto caída de um lado e uma mulher do outro.
          Então me perguntei: ¨Como será que ela estava?¨
          Me aproximo para ver o ocorrido, chegando lá vi que a coisa era feia: a mulher estava estirada no chão, desacordada, e com a cabeça e a perna sangrando. De  repente ouço alguém falar:
            ¨- Alguém faz alguma coisa!¨
            E do outro lado outra pessoa fala :
      ¨- Ninguém mexe nela!!! Pode piorar o quadro!! Já chamamos a ambulância!!!¨
       Passou-se meia hora e a ambulância não vinha, quando alguém grita:
           ¨- Mas que demora da ambulância!¨
        De repente ouvimos a sirene... Demos graças a Deus que a ambulância estava chegando. Os paramédicos descem rapidamente, colocam a mulher sobre a maca com cuidado e a levam para o hospital. A multidão começa a se dispersar.
         No outro dia, indo para a escola, passando pela mesma esquina vejo a marca da freiada da moto e o sangue ainda no chão.
         Apenas mais uma lembrança de um entre tantos acidentes.

WELLITON GRAHL ROSA
Turma: 82

2 comentários:

  1. Adorei o blog. Conheci um pouco sobre o bairro vizinho ao meu. Obrigada a todos os alunos por me proporcionarem isso. Os textos estão muito bons e sugiro que todos continuem escrevendo.
    Sucesso a todos.

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  2. Muito boa essa iniciativa do blog, sempre devemos valorizar os textos dos nossos alunos. Quero aproveitar e convidar a todos para conhecerem o blog que também fizemos na nossa escola:blog Fluxo de Amizades .

    Um abraço a todos.

    Maristela Dutra

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